segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Como Estrelas na Terra



Todo professor,ao longo de sua trajetória profissional está sempre em busca de material de apoio para as aulas.Recursos como letras de música,filmes,jogos,aplicativos,slides são alguns itens que podem contribuir bastante para ilustrar conteúdos,despertar o interesse dos alunos e até mesmo fixar a aprendizagem de um determinado assunto.
Semana passada tive a grata satisfação de ter o primeiro contato com o filme "Como estrelas na terra", uma história linda de Ishaan Awasthi, um menino de 9 anos que  já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de reprovar novamente. 
Incompreendido por seus professores e por seus pais,acaba sendo mandado para um colégio interno. Lá ele sofre muito para se adaptar à nova realidade,sente saudades de casa, de sua família e acaba ficando depressivo,pois lá também há professores extremamente rígidos.

Até que entra em cena um professor substituto que volta a atenção para o comportamento disperso do aluno e detecta o que ninguém havia observado antes: Ishaan possui dislexia - um distúrbio de aprendizado que causa dificuldades para ler, escrever e reter informações.

Determinado a ajudar e a resgatar o menino, o professor coloca em prática um planejamento bem especial.



O filme mostra, além das dificuldades de uma pessoa disléxica, a importância de que os pais e os educadores olhem para as crianças com olhos curiosos e não façam pré-julgamentos. Muitas vezes, podemos considerar uma criança bagunceira, burra ou preguiçosa, sem nos dar conta de que ela sofre de algum mal como déficit de atenção, hiperatividade, depressão, ansiedade ou a dislexia, como é o caso do garoto Ishaan. Vivemos em um mundo em que os males modernos estão crescendo diariamente e afetando as pessoas cada vez mais cedo. Devemos abrir os olhos para estas possibilidades e fazer nosso papel de adulto: guiar a criança para uma vida plena e proporcionar que ela tenha as mesmas oportunidades que todos.

“Como estrelas na Terra” é uma grande deixa para que pais, educadores e crianças estreitem os laços, conversem e se conheçam de forma profunda e íntima. É uma ajuda e um aviso para a importância de lidar com estas dificuldades de aprendizagem e de vida em sociedade. Com cada um fazendo sua parte, a vida dos portadores destas doenças e de outras também excludentes fica bem mais fácil e agradável!




Professor explicando à turma o que é Dislexia



É na escola que a dislexia, de fato, aparece. Há disléxicos que revelam suas dificuldades em outros ambientes e situações, mas nenhum deles se compara à escola, local onde a leitura e escrita são permanentemente utilizadas e, sobretudo, valorizadas. Entretanto, a escola que conhecemos certamente não foi feita para o disléxico. Objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação nada têm a ver com ele. Não é por acaso que muitos portadores de dislexia não sobrevivem à escola e são por ela preteridos. E os que conseguem resistir a ela e diplomar-se o fazem, astuciosa e corajosamente, por meio de artifícios, que lhes permitem driblar o tempo, os modelos, as exigências burocráticas, as cobranças dos professores, as humilhações sofridas e, principalmente, as notas.


Possíveis Dificuldades Enfrentadas Pelos Educadores:

  • Não há receita para trabalhar com alunos disléxicos. Assim, é preciso mais tempo e mais ocasiões para a troca de informações sobre os alunos, planejamento de atividades e elaboração de instrumentais de avaliação específicos;
  • Relutância inicial (ou dificuldade) por parte de alguns professores para separar o comportamento do aluno disléxico das suas dificuldades;
  • Receio do professor em relação às normas burocráticas, aos companheiros de trabalho, aos colegas do aluno disléxico, familiares, etc.;
  • Angústia do professor em relação ao nível de aprendizado do aluno e às suas condições para enfrentar o vestibular;
  • Tempo necessário para cada professor percorrer a sua trajetória pessoal em relação a esta questão.




Procedimentos Básicos:

  • Trate o aluno disléxico com naturalidade. Ele é um aluno como qualquer outro; apenas, disléxico. A última coisa para a qual o diagnóstico deveria contribuir seria para (aumentar) a sua discriminação.
  • Use a linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos disléxicos têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica, sofisticada e metafórica. Seja simples, utilize frases curtas e concisas ao passar instruções.
  • Fale olhando direto para ele. Isso ajuda e muito. Enriquece e favorece a comunicação.
  • Traga–o para perto da lousa e da mesa do professor. Tê-lo próximo à lousa ou à mesa de trabalho do professor, pode favorecer o diálogo, facilitar o acompanhamento, facilitar a orientação, criar e fortalecer novos vínculos.
  • Verifique sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição.  Ele tem dúvidas a respeito do que está sendo objeto da sua aula?  Ele consegue entender o fundamento, a essência, do conhecimento que está sendo tratado? Ele está acompanhando o raciocínio, a explicação, os fatos? Repita sempre que preciso e apresente exemplos, se for necessário.
  • Certifique-se de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas.  O que, quando, onde, como, com o que, com quem, em que horário etc. Não economize tempo para constatar se ficou realmente claro para o aluno o que se espera dele.
  • Observe discretamente se ele fez as anotações da lousa e de maneira correta antes de apagá-la. O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas.
  • Observe se ele está se integrando com os colegas. Geralmente o disléxico angaria simpatias entre os companheiros. Suas qualidades e habilidades são valorizadas, o que lhes favorece o relacionamento. Entretanto, sua inaptidão para certas atividades escolares (provas em dupla, trabalhos em grupo, etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões. O professor deve evitar situações que evidenciem esse fato. Com a devida distância, discreta e respeitosamente, deve contribuir para a inserção do disléxico no grupo-classe.
  • Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de menos valia, para a qual a escola deu uma significativa contribuição. Cabe, portanto, a essa mesma escola, ajudá-lo a resgatar sua dignidade, a fortalecer seu ego, a (ri) construir sua auto-estima.
  • Sugira-lhe “dicas”, “atalhos”, “jeitos de fazer”, “associações”… que o ajudem a lembrar-se de, a executar atividades ou a resolver problemas.
  • Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas, que o deixem na berlinda: principalmente ler em voz alta.
  • Atenção: em geral, o disléxico tende a lidar melhor com as partes do que com o todo. Abordagens e métodos globais e dedutivos são de difícil compreensão para ele. Apresente-lhe o conhecimento em partes, de maneira dedutiva.
  • Permita, sugira e estimule o uso de gravador, tabuada, máquina de calcular, recursos da informática…
  • Permita, sugira e estimule o uso de outras linguagens.

Fonte: http://www.dislexia.org.br/como-interagir-com-o-dislexico-em-sala-de-aula/





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